Fiquei a vontade quando soube que este Desafio não precisava necessariamente ser uma Resenha, assim me senti mais livre para esboçar meus pensamentos sobre o livro que ganhei de minha amiga secreta. Vieram dois belos livros, sendo que um deles eu já possuía, embora nunca tenha lido ele inteiro, leio de vez em quando os “Cem sonetos de amor” (Pablo Neruda), preferi então escrever sobre “Abelhas sem teto e outras crônicas”, o livro de Crônicas de Vany Grizante, a minha amiga não mais secreta.

 
Humor e sensibilidade (EC)

        Vany Grizante arquiteta e escritora, me parece uma daquelas adoráveis caixinhas de surpresa, que, conforme vamos desdobrando, abrindo, nos mostram as mais variadas coisas, objetos, idéias, tudo condensado em um insuspeito pequeno volume.
        Não que ela seja assim tão pequena no tamanho, afinal nem sei sua altura, mas sei que é uma mulher, daquelas que abraça com sua delicadeza um universo de propostas e propósitos. Li sua obra, “Abelhas sem teto e outras crônicas”, prefaciado por outra igualmente arquiteta e escritora, Maria Iaci. Trata-se de uma coletânea de crônicas (All Print Editora, 2010, 91 páginas) composta de textos sobre fatos que permeiam o universo da Autora, uma obra dinâmica e ao mesmo tempo leve, elegante, inteligente e repleta de humanidades.
Em cada uma das 28 crônicas selecionadas, um pouco da versatilidade e do cotidiano da autora, que hora escreve sobre experiências vividas no mundo da arquitetura, hora rememora a infância, noutras relata acréscimos de vivências que nos são muito úteis, e logo nos faz sentir confortados, pois comumente partilhamos de pensamentos parecidos, e de alguma forma em determinado momento da vida, guardadas as proporções, já experimentamos algo semelhante.
        Pude sentir que o senso de humor refinado da autora está presente em quase todos escritos,assim como a capacidade de provocar reflexões, e até mesmo de causar diversas emoções.
        Não há um texto que exprima apenas um sentir, ou um que só nos faça dar risadas, ou um profundamente zen e intuitivo, há sim um mix de idéias, sentimentos, sutilezas, sensações em cada crônica escrita.
        Umas mais permeadas pelo lado mulher e mãe da autora, como exemplo “Dia dos filhos”. No incidente das abelhas, contado em “Abelhas sem teto” (que dá nome a obra), quanta comoção em um relato acurado de um fato no mínimo incomum, resolvido com engenhosidade, sensatez e dedicação, quando as abelhas são impelidas a abandonar a colônia, durante uma reforma em uma casa.
        Quando li “Escolhas, Relatividade e Rejeição”, nas três encontrei elementos que não só fazem pontuadas conceituações sobre os títulos como esclarecem e definem (com sutileza) complexidades, do ponto de vista (bastante ponderado) da autora.
       A minha opinião?
       “Abelhas sem teto” é alegre nas coisas cotidianas, rotineiras, sensível nos acertos e desacertos da própria vida, é indagador, no que busca ajuizar a autora conforme suas experiências de vida é meditativo quando perpassa pela modernidade desses tempos,quando pontua situações em que estão envolvidas , urbanidade, comunicação, além de conter doses de cultura, regional, nacional e mundial, tudo muito bem elaborado sem esquecer o leve toque de humor, uma veia cômica graciosa e inteligente, no ponto para não exceder, diria mesmo uma receita acertada, AL dente, na medida do talento da nossa querida Vany.
        Ótima sugestão para presentear, recomendadíssimo para simplesmente ler e se deliciar.#ficaAdica.



Verdades verbalizadas, viagens venturosas,
Afetuosa acolhida, abordagens admiráveis,
Néctar necessário, nítido nuance: nobreza,
Imenso ímpeto impresso, intelecto incomparável.


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Este texto faz parte do Exercício Criativo - Resenha
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Roseane Namastê
Enviado por Roseane Namastê em 05/03/2012
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