Não conte a ninguém




 
Ler sempre foi o meu maior prazer, especificamente ler livros. No entanto com o advento da internet e com minha entrada no RL minha leitura livresca teve um esmorecimento nos últimos dois anos. Em 2010 li exatos 52 livros por ano, mas em 2011 e 2012 esse índice foi lá embaixo. Mas por favor, Não conte a ninguém, não quero perder a fama prazerosamente adquirida nem a oportunidade de entrar para o Guines, como a recordista em leituras da pequena cidade onde nasci.

Minha manicure queria que eu comprasse qualquer coisa de um de seus inúmeros catálogos de venda, mas folheando-os de trás pra frente e de frente para trás enquanto ela fazia minhas unhas as únicas coisas que me interessaram foram os livros de Harlan Coben, autor de ficção americana (classificação que já critiquei em outra resenha), meu conhecido. Acabei comprando dois, um dos quais acabo de ler.

Não conte a ninguém (Tell no One) foi a recomendação que o protagonista e principal narrador David Beck, médico pediatra do serviço público de saúde recebeu através de um e-mail e vídeo anônimos onde ele pode ver claramente o rosto envelhecido de sua jovem esposa assassinada há oito anos atrás. Dessa forma o que deveria ser o grande mistério já fica claro bem no começo – quem morreu pelas mãos de um serial killer há longos oito anos passados está vivo. Beck, marido fiel e obediente segue a risca a recomendação recebida e o livro transcorre a partir daí em uma sucessão de acontecimentos que envolvem a polícia em sua perseguição (que nunca acreditou que ela fora morta pelo serial killer e agora o perseguia também por outro crime, bandidos ferozes querendo tanto quanto ele descobrir o paradeiro da mulher morta revivida, bandidos gratos ao médico por seu trabalho, que o ajudam, amigos, família, uma confusão total, mas que acaba sendo fácil de ler. Pensei: esse livro foi escrito com os olhos em duas direções – a do leitor médio que lê em qualquer lugar e o cinema e logo descobri que foi feito um filme baseado no livro, pelo cinema francês e que até foi muito premiado. Pode até ser uma daquelas raras situações em que o filme é melhor do que o livro, mas isso terá que ser conferido.

Nem sempre leio o livro e automaticamente faço uma resenha, mas sempre espero que o livro me deixe alguma coisa para pensar. Por essa razão sempre leio com uma lapiseira na mão e grifo tudo o que me interessa e que possa dar origem a uma reflexão.

Nesse livro não vou me esquecer de Chloe, a collie de Beck, que acabou lhe fornecendo o álibi para o segundo crime de que era suspeito, mas não foi por isso que ela ficou marcada – é que Chloe tem os olhos totalmente coberto por pelos, como o meu lindo Pongo, um schnauzer sal e pimenta da melhor qualidade.

Algumas frases que sublinhei: - A mente possui um incrível poder de distorção. //As mentiras o atormentavam mais que tudo.//As tragédias fazem bem à alma – compreendo melhor a dor das pessoas//São as pequenas coisas que contam//As pessoas costumam dizer que esse é um mundo cão, mas não têm ideia até onde a maldade pode chegar.

Por que sublinho e relaciono em uma lista esse ditos, muitas vezes até bem bobinhos? É que minha mente distorcida acredita que na falta de assunto para escrever é só consultar uma dessas listas. O que raramente faço porque também nunca sei onde as coloco.

Em uma avaliação ***** eu daria para o livro ***, o que obviamente o coloca na lista dos regulares. É que Harlan Coben é um daqueles muito invejados escritores dos EUA que, produzem um livro bom, fazem sucesso e aí vão repetindo a fórmula sem nunca realmente esgotá-la.