Perfil de três reis

O livro Perfil de três reis é um conto baseado no reinado dos reis Saul, Davi e Absalão. Através da narração, o autor deixa claro que devemos ser submissos perante nossos líderes, pois só assim, estaremos sendo submissos ao próprio Deus.

No início da narrativa, Davi é apresentado como um pastor de ovelhas, que apesar de não ser um dos primogênitos, era dotado de características singulares e por um coração diferente dos demais. O pastorzinho, além de cuidar de seu rebanho, tocava harpa e manejava uma funda com excelência. Ele amava o seu Senhor, e por meio de canções, manifestava toda sua devoção.

Certo dia, um profeta, Samuel, foi à casa de Jessé a procura do ungido do Senhor. Deparando-se com Davi, viu que aquele era o escolhido. Entretanto, mesmo após ser ungido rei de Israel, o pegureiro continuou realizando tarefas não muito dignas de alguém com sua importância. Em um desses dias de trabalho, Davi matou, de forma inesperada, um gigante. Com isso, foi feito herói e levado para dentro do palácio. Nesse novo lar, através de um rei insano, o pequeno pastor teve seu caráter moldado.

O novo integrante do palácio logo conquistou a todos, cantando diariamente para o rei, que apesar de apreciar muito as canções, começou a ver seu reinado ameaçado pelo músico. A partir de então, Saul iniciou seu exercício de lançar “flechas” contra Davi. Este, em meio as incontáveis amarguras, descobriu algo que poucos dos escassos sábios compreendem – Deus esta a procura de corações quebrantados. A partir daí, o jovem percebeu que estava em uma "escola” de submissão e quebrantamento, na qual Saul foi o escolhido soberanamente para efetuar tal objetivo. Também compreendeu que Saul mesmo na sua loucura, era uma autoridade legítima, escolhida por Deus. Então o jovem ungido submeteu-se às ordens de seu rei louco.

Davi aprendeu que não deveria atirar de voltas as lanças, apenas desviar e fingir não ver quem estava lançando-as. Sofreu calado, para não tornar-se como o seu atirador! Com o tempo, impetuosamente, Deus conseguiu arrancar o Saul que se encontrava dentro de Davi. Se não fosse pelos métodos doloridos e quase impossíveis de sobrevivência, o ungido do Senhor não teria um coração livre do Saul que há em todos nós.

Só quando o rei insano resolveu caçar e matar a Davi, foi que este fugiu, mas mesmo assim, foi sozinho e sem manifestar-se contra a autoridade – o também ungido do Senhor.

As cavernas foram por anos a moradia do fugitivo, que vivia sendo perseguido, completamente só na escuridão. Davi sofreu, e com seu sofrimento entoou cânticos de esperança e melancolia. Chorava e cantava. Para os homens, ele era um homem derrotado, entretanto, para o mundo celestial, aquele era um homem quebrantado!

O rei estava cada vez mais louco. Consequentemente, muitos fugitivos juntaram-se a Davi. Encontram um homem mudado, que acima de tudo, amava ainda mais seu Senhor. Todavia, este não os liderou, não concordava com as condutas deles. Apesar disso, começaram a segui-lo, a respeita-lo, sem temer a submissão ou autoridade, já que Davi nunca mencionou nada a respeito. Aos poucos esse grupo também começou a mudar.

Algum tempo depois, teve Davi ao alcance de sua lança, a vida de Saul. Não se vingou, e por isso foi mais uma vez incompreendido por seus seguidores. Eles não entendiam que o rei ainda exercia seu mandato porque assim Deus desejava.

Saul, quando mais jovem, fora um homem ungido do Senhor, libertador de Israel, vindo de uma linhagem importante, batizado no Espírito Santo de Deus, de boa família, porém mais lembrado por suas barbaridades. Mas Davi lembrou-se do passado desse homem corroído pela inveja, mais uma vez, foi submisso àquele que Deus pôs sobre o trono.

Mais a frente, o autor discute como podemos saber se um indivíduo é da ordem de Saul ou de Davi. Ele afirma que não temos como descobrir, só Deus sabe, e por isso não devemos julgar. O tempo e o comportamento do líder, do liderado, de nós mesmos é que nos proporcionarão maiores revelações a respeito de quem é quem nesse enigma.

Após duas gerações do reinado de Davi, um jovem que muito admirava a história do pastor de ovelhas e dos denominados Valentes de Davi, buscou encontrar um dos sobreviventes desse grupo. Encontrando o que buscava, ouviu que Davi fora um líder submisso e não de autoritarismo, paciente e que não temia rebeliões, pois acreditava que o trono a Deus pertencia, não ao homem. Portanto, poderia Ele tirar e colocar qualquer um de Sua vontade. Davi ensinou seus homens a perder e não a vencer, a dar e não a tomar, não expunha seus seguidores aos sofrimentos e sim os protegia deles.

A partir da segunda parte da narração, o autor inclui Absalão, filho de Davi, que pretendia ocupar o trono de seu pai. Muitos apoiavam Absalão, por ser este forte, perspicaz, dotado de boa aparência e semelhante a Davi quando moço. O desertor se rebelou, saindo não sozinho, mas seguido por fiéis às suas justificativas. Nesse trecho, fica nítido o comportamento errôneo de um homem da ordem de Saul.

Não há reinos sem discórdia, até o próprio Deus enfrentou isso no céu. Nenhuma revolta no Reino de Deus é legítima. Aquele que provoca uma revolta, jamais será plenamente abençoado pelo Pai de todas as coisas.

Davi ao deparar-se com a revolta de seu filho vê-se com duas alternativas: perder tudo ou deter Absalão. O pastor, mais uma vez, compreende que não estava em suas mãos a decisão de tomar uma atitude perante aquele desafio. Então decide não fazer nada, esperaria o seu bom Deus olhar por ele, estava disposto a perder seu trono a trocar seu coração quebrantado por um Saul dentro de si. Com isso, deixa o palácio, a cidade, seu reino com o intuito de permitir a ação de Deus.

Conclusão: O jovem Davi representou um exemplo para os povos posteriores. Em meio a todas as provas, não questionou seu amado Senhor. A obediência, o amor e a paciência fizeram dele um homem segundo o coração de Deus. E é isso que Ele quer de nós, um coração que não tema os sofrimentos, disposto a tudo para ser quebrantado, destruído e refeito com perfeição. O Pai procura seguidores dispostos a matar o Saul, o Absalão que habita dentro de cada um!

Bruna Maia
Enviado por Bruna Maia em 23/10/2012
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