TEXTO: CORPO E INTEGRAÇÃO – Cap. 2

CELANO, Sandra. Corpo e mente na educação: uma saída de emergência. Petrópolis: Vozes, 1999. Cap. 2.

Segundo Celano (1999), por sermos seres multidimensionais só alcançaremos o equilíbrio corporal na medida em que estivermos em consonância com nosso corpo e mente. Assim, todas as nossas funções alcançarão as energias positivas ou negativas de acordo com as vivências no meio ao qual estamos inseridos. Todas essas energias são em nós desenvolvidas, de acordo com o ambiente e a forma de vida que levamos. Por isso, o corpo vem a ser a “expressão – síntese de todas as nossas dimensões”. (p. 43)

Estamos inseridos em um universo de forças cósmicas e energéticas, e tudo na vida depende do equilíbrio com que essas forças se desenvolvem, em outras palavras, somos aquilo que vivemos. Por isso, a metáfora da imagem cabe devidamente à história do corpo. A imagem fixa na foto é real, só mostra aquilo que estar posta verdadeiramente, assim, comparada à imagem é a história do nosso corpo, nossas atitudes refletem aquilo que fomos durante toda a nossa história.

Educar, nessa perspectiva é fazer conhecer todo o processo de conhecimento de seu próprio corpo, não só de forma externa, mas, principalmente interna. Conhecer sua história pessoal é importante, como também todo seu processo de construção frente ao seu universo de significação corporal.

Portanto, quando bem trabalhados os processos de significação e conhecimento do próprio corpo, mais rápido ocorrerá o amadurecimento intelectual da criança. Assim, cabe a escola, precisamente ao professor, perceber esses fatores de significação e trabalhá-los de forma a beneficiar a criança o quanto antes com esses descobrimentos.

Segundo a autora, o comportamento tende a ser um reflexo de sua história de vida, ou seja, nosso corpo sofre as influências do meio social e ambiental. Sendo assim, podemos dizer que somos produto do meio e que as nossas atitudes estão condicionadas as relações sociais e familiares, sem, contudo, serem condicionadas intencionalmente, mas, apenas, produto somático de influências e energias recebidas.

Assim, comportamentos estranhos podem ser desenvolvidos sem que nos apercebamos disso. O vazio afetivo pode refletir em ações dos seres humanos sob forma de afastamento do seu próprio corpo, o que resulta em uma procura por esse sentimento de forma contrária e seus dramas pessoais aparecerão em forma de respostas à falta de afeição que não recebemos no devido momento.

Conhecer o corpo e suas dimensões de limites e expressões traz muitos benefícios, no entanto, esse bem é negado pelo fato de que levar o indivíduo a pensar, refletir, se expressar, é lhe dar o poder de auto conhecimento, de abertura à sociedade.

É justamente essa a proposta que a autora coloca: desenvolver um aprendizado em que as crianças, jovens ou adultos possam despertar para essa percepção de que a vida é uma celebração diária e que as coisas simples como o abraço, a alegria de um bom dia, o espírito aberto à compreensão torna as pessoas mais humanas e tendenciosas a uma melhor aprendizagem. O bom desempenho vem do equilíbrio físico, emocional e mental, e é papel da educação procurar trabalhar esses valores e percepções.

Fran Souza
Enviado por Fran Souza em 22/01/2013
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