Comodismo intelectual um vírus acadêmico
 

Comodismo intelectual um vírus acadêmico
 
 
                                                                                                             
O texto Contextualização Acadêmica e Profissional da Pesquisa é o primeiro capítulo do livro Manual de Trabalhos Monográficos de Graduação, Especialização, Mestrado e Doutorado: Totalmente de acordo com as Normas da ABNT, os autores são Carlos Alberto Serra Negra e Elizabete Marinho Serra Negra, 2ª edição, publicado em São Paulo, pela Editora Atlas, em 2004.
No texto nota-se que o carente desenvolvimento no meio acadêmico evidencia universitários com intelecto insuficiente. Pesquisas indicam que o problema não é de hoje. O fato preocupa o universo educacional como um todo. Como causa aponta-se o desinteresse pela leitura. Leva-se em consideração o não hábito da mesma. Tal situação deixa transparecer produções não primorosas.
O conteúdo é exposto de maneira ultrapassada, ou seja, sem renovação. São poucos os que dominam o ambiente. Professores desatualizados, ditam regras sem conhecê-las profundamente. O profissional é julgado arbitrário, alguém que não busca o novo como atitude em sua formação continuada. Percebe-se uma falta de disposição em querer mudar, mesmo com tantos recursos disponíveis, muitos ainda desconhecidos pela maioria. O problema reflete uma imagem negativa do profissional acadêmico e, o discente, não menos culpado, sofre, diante do desinteresse coletivo.
Os autores foram felizes na temática. Suas indagações evidenciam com precisão um problema real. Os envolvidos na questão apresentam perfis similares no ambiente em discussão. O suporte proposto pelos autores fundamenta-se em teóricos renomados. São eles: Inácio Filho (1995), Kant (1996), Descartes (1996), Demo (1996) e Drucker (1999). Cada qual sugere um conjunto de medidas, de como solucionar o problema, exceto Kant e Descartes cuja visão é retrógrada e criticada pelos autores.
Inácio Filho (1995), questiona os conceitos antigos, verdadeiros dogmas, cuja funcionalidade ficou no passado. Os autores argumentam que os alunos precisam buscar novas fontes, não apenas acadêmica, mas social e profissional.
Por isso, discordam de Kant (1996) e Descartes (1996), que defendem acumulação de conhecimento, fragmentado por disciplinas. Ademais é através da renovação da prática social e empresarial que o conhecimento pode ser global, isto é, se forem levadas em consideração mudanças do nosso dia a dia.
Já Demo (1996), enumerou uma série de medidas e caracterizou-as como sendo peculiar ao profissional moderno, são elas: pesquisa, atualização permanente, retorno à universidade, auto-avaliação, avaliação, visão geral e teorização das práticas. Para os autores fica evidente o interesse na pesquisa, ora no ambiente acadêmico, ora no profissional.
Novos olhares precisam de aperfeiçoamento para que o processo de aprendizagem construa de fato o conhecimento. Os autores também comentam que segundo Drucker (1999), a prática da pesquisa é fundamental para se elaborar uma monografia, ou seja, docente e discente breve estarão produzindo ciência, seja pela Internet, seja por outros meios.
O texto sugere que o indivíduo não curioso, jamais irá galgar degraus em sua edificação, caso tenha uma base insólita. Visto que para se produzir conteúdo acadêmico de qualidade o docente e o discente precisam caminhar numa mesma direção. O processo de aprendizagem é contínuo e a produção precisa ser uma constante, cercada sempre de uma boa fundamentação, isto é, de leitura diferenciada para que diversas janelas possam ser abertas.
O universitário e o educador vivem numa redoma cuja cúpula é tão espessa que eles não conseguem respirar, ou seja, ambos são “moluscos” por opção. O espaço é limitado e, o conteúdo amplo, um paradoxo, cuja essência atrofia o desenvolvimento natural. Muitas opções, mas nenhuma atitude em tentar revigorar o pensamento, este prefere hibernar diante da luz. O perfil inadequado, afeta o mundo globalizado, já que o processo de desenvolvimento prioriza o coletivo.
A falta de informação coletiva, na realidade atual faz seus representantes apresentarem uma visão global limitada, a mesma, estagnada no pensar que desenvolve no vazio um conteúdo não interessante aos olhares questionadores da sociedade, muitas vezes, ditadora de padrões ultrapassados.
Os papéis são exercidos sem maturidade intelectual, ou seja, ambos não apresentam eficiência e eficácia para desenvolverem atitudes cujas indagações sejam o diferencial. Afinal é através da leitura que o conhecimento pode prosperar, no entanto, quando não estimulado o trabalho é inútil. Todos precisam acordar para que suas produções possam sair do atraso atual. Aluno e professor unidos em prol de si mesmos, ou seja, em nome da consciência intelectual.
Alavancar profissionalmente é difícil no perfil retrógrado. O docente, no seu papel de educador, comete falhas e, o discente permanece no erro. Este é incapaz de contestar. Sua produção também sofre diante da omissão, ou seja, o mesmo opta por ouvir ao invés de descobrir, o resultado é o caos. Ambos são vítimas de suas armadilhas, afinal, sem atualização é impossível produzir algo com visão global e que desperte o interesse dos demais. O grande “vilão” do contexto é sem dúvida o comodismo intelectual, este, praticamente generalizado no ambiente acadêmico.
O texto é bastante revelador, suas ações demonstram o problema no meio acadêmico, uma excelente leitura, principalmente aos mais indignados diante dessa realidade assustadora. Afinal, leitura é fundamental para se construir profissionais qualificados e discentes com interesse em produzir trabalhos acadêmicos interessantes.
No geral, todos saem no lucro, profissionais atualizados e alunos empenhados e o mundo globalizado agradece, já que, o reflexo do êxito causa euforia na sociedade que luta por condições melhores aos seus. Tal posicionamento muda definitivamente o olhar de clausura, este, revigorado pelo desejo de mudança no pensamento evoluído.
Referências:

SERRA NEGRA, Carlos Alberto; SERRA NEGRA, Elizabete Marinho. Contextualização Acadêmica e Profissional da Pesquisa. In: Manual de Trabalhos Monográficos de Graduação, Especialização, Mestrado e Doutorado: Totalmente atualizado de acordo com as Normas da ABNT: NBR 6023/ago. 2002, NBR 10520/jul. 2002, NBR 14724/ago. 2002. 2. ed., São Paulo: Atlas, 2004; p.17-21.


P.S.: Recordação da Pós não terminada.

Patrícia Correia
Enviado por Patrícia Correia em 12/03/2013
Reeditado em 20/03/2013
Código do texto: T4184834
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