Capítulo 16 - Ao nosso lado
Já me sentia melhor, todos os meus problemas diminuíram aos poucos, toneladas de preocupações saiam das minhas costas, e eu a cada dia acordava mais disposto. Resolvi ligar para Bianca e saber como ela estava, ela não atendeu, então deixei o recado e cinco minutos depois ela mandou uma mensagem dizendo que estava bem, mas que não queria falar comigo por um bom tempo, não respondi e fui para a casa da Lya.
Eu e Daniel saímos as sete e meia da manhã, chegamos ao Deposity United, um dos maiores prédios do centro, ele me levou até uma sala, e me disse para esperar ali, que logo Greg, um dos seus amigos do trabalho viria me dizer o que eu deveria fazer, então esperei, olhando à vista lá de cima pela janela do sexto andar...
Greg chegou alguns minutos depois, ligou o computador e me mostrou um sistema empresarial, peguei a "manha" depois de um tempo, o que tinha a se fazer ali eram notificações, enfiar aos funcionários informações importantes, lembretes de depósitos e também aos motoristas dos carro-fortes, já que o Deposity United era uma espécie de banco em Grove.
Meu expediente terminou as cinco da tarde, esperei Daniel no carro, saímos as cinco e meia, passamos no mercado onde ele trouxe algumas sacolas com refrigerantes e alguns pedaços de carne, perguntei por quê daquilo ele disse que tinhámos que comemorar o meu primeiro dia no novo emprego.
Fomos a área de festa onde Lya e a mãe dela já preparavam a mesa, colocamos fogo na churrasqueira e começamos a assar os filés, meia hora depois já estávamos todos comendo, e aproveitando uma bela noite de segunda-feira, fui pra casa as nove horas, já exausto, quando começava a pegar no sono o celular tocou era Lya.
-Oi, como foi lá no novo emprego com o Papai? - ela perguntou.
-Oi, foi ótimo, na verdade é um tédio, mas o pessoal é bem simpático e eu não tenho do que reclamar.
-Que bom, ele só fala de você sabia? - ela disse.
-Não, o que ele fala? - perguntei.
-Que você é incrível, e que eu tive sorte em te encontrar, pois é, acho que você é o único cara do mundo capaz de agradar tanto o meu pai, bem isso merece uma comemoração não acha? Vamos na biblioteca amanhã, seis horas da tarde, te espero na calçada.
-Ok, vamos sim, boa noite.
Terça, seis da tarde, eu chegava ansioso a biblioteca, o dia tinha sido ótimo, estava aprendendo mais coisas e conhecendo ainda mais pessoas o que era muito bom. Lya estava dois degraus a baixo da porta perto de um corrimão, sentei do lado dela e peguei sua mão, ela então me beijou e nos cumprimentamos assim.
Entramos e sentamos naquela mesa onde eu a conheci, então ela apontou para a estante onde eu estava quando conversamos pela primeira vez, passamos uns trinta minutos sentamos lendo alguns livros e trocando olhares de vez enquanto, então ela marcou a página fechou o livro, o colocou na mesa e disse:
-Sábado que vem minha prima vai se casar, eu estava pensando... Bem você quer ir comigo? - ela perguntou
-Não. - respondi.
-Hum, por que, vai fazer alguma coisa?
-Não, eu não gostaria de ir, eu vou amar poder te acompanhar lá.
Ela meio que pulou em cima de mim, e algumas pessoas ficaram nos olhando com os olhos arregalados até que se viraram de novo e então se beijamos mais uma vez. Intenso, gostoso e molhado, era assim que eu gostava de descrever aqueles beijos dela.
As vezes temos que aprender a ver o que está ao nosso lado, pois um amor que não vemos com clareza pode se tornar apenas um obstáculo triste de se superar.