De uns anos para cá, tem-se percebido o surgimento de escritores renomados e de grande excelência literária. No cenário cultural ludovicense, capital tratada como Atenas brasileira devido a grande capacidade de originar grandes poetas desde o século XIX, a criação literária vem se aprimorando cada vez mais com a presença de grandes nomes. Um deles é Felix Alberto Lima que, com o livro O que me importa agora tanto, apresentou um conjunto de poemas de modo exímio sobre o cotidiano e outros temas, como o amor.
A inspiração poética presente no livro possibilita uma leitura leve e de muito prazer por não ter nenhum rebuscamento lexical e nem uma sintaxe difícil, mas há uma construção sensata e engenhosa vista em poucos poetas. É uma construção sensível que nos faz levar a leitura adiante sem nenhuma monotonia e com muita suavidade.
A poesia de Félix é uma poética lúcida e primorosa e nos faz lembrar poesias de vanguarda, que queriam falar pelas palavras sem nenhum tipo de dificuldade e é com tamanha simplicidade que vão surgindo os versos bem construídos, pois, como dizia Félix, “o que me importa agora/o que resta/a fadiga da festa/o último gole do santo [...]”.
É uma poesia quase de práxis, inspirada por Mário Chamie, cuja escrita é cheia de ideologias e subjetividades, dando ao leitor a capacidade de leituras por meio de diversos ângulos. Para Félix, “um poema/que nasce/da raiva/ou da ânsia [...]/é mera circunstância”.
Em todo O que me importa agora tanto, é um conjunto de sutilezas sobre o cotidiano, conjunto de poemas que demonstram a enorme capacidade de escrita em todo o livro, cujo objetivo é mostrar não apenas “um rio qualquer e perene/mas um rio caudaloso/desses sem remansinho/que serpenteia as colinas/que se revolta no vale/desvia e abre caminho”. O livro é um redemoinho de conhecimentos poéticos que valem a pena serem lidos e relidos.