Segunda parte
      Luciana era uma jovem invejosa e má. Porém sabia se passar por uma pessoa benéfica. Queria tudo que era de Luísa Carla pois jamais se conformou que seus pais tivessem menos que os pais de Luísa Carla. Dona Sueli ficou contente em vê-la:
    _ Como vai querida?
    _Bem tia e a senhora.
    _Preocupada com sua prima. Imagina que a pobrezinha desmaiou ao receber um buquê de rosas . E achou que era o mesmo que deixou no túmulo do esposo.
    _ Oras, titia a Luísa carla sempre foi mística e crédula nessas coisas.
    _ Como estão todos lá em Bagagem. _ Segrava-lhes as mãos admirada com sua beleza: _ Aposto como Ubaldo e Marluce já devem ter tido um filho e pelo tempo deve ser um garotão. _ Sentaram-se no sofá:
    _As coisas não acontecem como a gente deseja titia.
    Nesse mesmo instante durante o desmaio de Luísa Carla e que Doutor Castilho preparava o álcool para que ela cheirasse viu o jovem ubaldo rastejando numa selva de laras incandescentes, se agarrava a galhos retorcidos e sentia o odor desagradável de enxofre. Parecia que queria lhe falar e se aproximando ficava disforme e inchado. Luísa Carla se apavorou ao ver aquela cena e gritou:
    _Aaaaaaaaa!
    _ Acalme-se, Luísa Carla.
    _ Eu vi doutor.
    _ Viu o que?
    _ Vi um jovem morto querendo falar comigo. _Trêmula continuou:_Chegou a se aproximar mas, tive medo. Muito medo.
   _ Foi a primeira vez que o viu?
   _Não o vi outras vezes, porém, não conseguia entender o que queria.
   _ Sabe quem é?
   Moveu a cabeça aturdida. Luciana contava como tudo aconteceu. Marluce queria muitomais que Bagagem podia lhe oferecer. Um dia conheceu um sujeito que a encheu de promessas, era vendedor de jóias e assim, decidiu o seguir numa viagem no dia de seu casamento. Quando todos a esperavam na igreja. Uballdo ficou dias a esperando e quando se deu conta do ocorrido ficou em casa num domingo enquanto seus pais iam a missa. Ao voltarem o encontraram morto com o corpo enfiado dentro do fogão com o gás aceso:
    _Que horror!_ Fez ela unindo as mãos em forma de súplica:
_Então, o que Luisa Carla havia dito sobre eles serem felizes e terem fillhos...
    _ Aquilo foi uma brincadeira de criança titia.
    _Mas, ela já previa as coisas. _E lembrou do incêndio no casebre que a filha viu.
    Luísa Carla apareceu na sala e escutou a conversa:
    _Quer dizer então que o ubaldo morreu. _ Olhou para Dr Castilho:
    _ Siim, Luisa Carla ele se matou por amor a Marluce que o abandonou.
    _Não pode ser eu vi que iam ser felizes.
    _ Voce não estava brincando?
    _Claro que não Luciana. Eu nunca brincaria com uma coisa dessas.
    Enquanto isso.
    O Senhor Alencastro Guimarães morava numa mansão na Barra. Havia pequena ribanceira que o levava até lá na medida que o mar era visto através dos arbustos de ciprestres. Tão logo entrou em casa ouviu o piano tocar. Tocava a marcha nupcial. Marcos Luis também estava no mesmo lugar que Ubaldo e sofria por ter sido criado cheio de capricho. O seu sofrimento ainda era maior porque seu pai pretendia se vingar de Luísa Carla. Queria falar com o pai mas as forças de espíritos pagãos não o permitia que se desprendesse das amarras de seu destino.
    Desde o acidente passou a sofrer com dores agudas nas costas. Teve traumatismo no cóccxi quando ficou preso as ferragens. Lembrava bem agora como tudo aconteceu. Maria Emília falava com os médicos que foram socorrê-lo e quando acordou no hospital diseram que não podia ser ela pois estava morta.

 
Mazi
Enviado por Mazi em 18/04/2015
Reeditado em 18/04/2015
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