ANTES QUE SEJA TARDE( OITAVA PARTE)
     Dr Castilho tomou conhecimento do que havia acontecido com Luísa Carla em seu apartamento na Lagoa. O Senhor Pinheiro de Castro queria lhe falar e a conversa foi dura:
     _ Acho bom que o senhor interne minha filha outra vez. Ela não está em condições de ficar solta por aí
     _ Se o senhor acreditasse na sua filha ia entender que os espíritos se manifestam de várias formas.
     _ Me desculpe doutor Castilho mas me nego a crer numa sandice dessa.
     _ A Luisa Carla precisa desenvolver a sua mediunidade senhor, é para o vem dela, caso contrário...
     _ Caso contrário o quê?
     _ Continuará sofrendo terríveis tormentas e vocês irão ficar  julgando_a louca.
     _ E o que acabamos de ver agora? Sabe que mentiu uma gravidez que já não exitia mais e como descobrimos tentou contra a própria vida.
     _ Isso não pode ser verdade. _ Negou-se a crer: _ Deve ter uma explicação.
     _ E tem doutor. _ Disse ela recuperada do frenesi: _ Foi o Ubaldo.
     _ Pelo o que eu entendi o Ubaldo está morto. _ Griitou o pai dela fora de si.
     _Papai o Ubaldo queria me levar em algum lugar
     _ Já basta! Não quero mais ouvi nada_ E saiu da sala deixando-os a sós.
     Luísa Carla estava preocupada com a madre superiora. Contou para o doutor o lugar onde ela se achava e ele disse que era o umbral. É para lá que vão os espíritos daqueles que morrem por suicídio ou então os que não se conformam com sua morte. Dona Sueli precisava falar com ele e não se importou da moça ir no colégio:
    _ Era tão difícil explicar como tudo aconteceu doutor.
    _Dona Maria Emília escreveu uma carta e nela pede perdão a Luísa Carla por não ter lhe dito nada. Sabe algo sobre isso?
    _Sei sim doutor. _ Secou o pranto que lhe amargurava a alma.
    Naquele dia estava no colégio quando o senhor Alencastro Guimarães foi buscar o boletim do filho e não pudia deixar de escutar por que foi recebida pela madre ao mesmo tempo que ele. Então dissera que Marcos Luís desenvolveu um câncer no cérebro a partir de um tombo da cadeira quando tinha cinco anos de idade. Na época não deram importância ao fato até que apareceu o caroço. O caso é que não sabia se por obra do destino ou feitiçaria Luísa Carla o via saudável e ele se sentia assim. Acontece que naquele mesmo dia a madre veio ralhar com ela porque Luísa Carla teria dito que seu filho estava no hospital e somente ela podia lhe salvar. A madre disse que desde moça se entregara a Deus mas, um telefonema misterioso a chamou as pressas na unidade de emergência da santa casa, e neste momento somente uma transfusão de sangue podia salvar o garoto.
      No entanto a história da madre se espalhou como restilho de pólvora e a vergonha a deixou deprimida demais, quando num certo dia a encontraram pendurada no teto do pátio do colégio.
     E tudo aconteceu ao mesmo tempo. Havia uma freira que implicava com Luísa Carla e a fazia chorar com suas humilhações. Aquela mesma freira chamou o menino na rua no dia que faltou aula e ao atravessar o carro o pegou e ninguém sabia até então que era filho da madre e nem pagava o colégio. A tal freira foi afastada e acusada de ser a culpada do atropelamento e segundo contavam nunca mais foi a mesma:
     _Não tem nada que a senhora ainda queira me dizer.
     Luciana apareceu na sala e então ela disse:
     _ Não doutor só o que me preocupa é a atitude de Luísa Carla hoje.
     _ Posso lhe afirmar que ela não tentou o suicídio, senhora. Os espíritos quando querem falar com o médiun se aproximam usando de vários subterfúgios.
     "Acontece que o Ubaldo se matou." _ pensou ela não querendo tocar no assunto.
      Luísa Carla chegou no colégio. A irmã lhe pediu que arrumase as carteiras e mesas e depois os livros no lugar:
      _ Você ficou pendurada na janela?_ Perguntou a irmã:
      _ Sim, irmã, tive um pesadelo no qual via o Ubaldo me puxando pelo pé. Ele queria me mostrar algo mas a madre vinha atrás cheia de ódio trazendo um chicote nas mãos. E batia em todos.
      _ Filha, sonhos não são mais que sonhoa não deve se enfluênciar por isto. Na certa a madre deve está em paz em seu repouso.
      _ O que aconteceu com ela?
      _ Se matou Luisa Carla.
      Ficou sozinha na biblioteca pensativa no que a irma lhe falava. "Como podia ser meu Deus"? _angustiada arrumava livro or livro". Será que foi pelo que eu disse a ela?" Como podia prever que a coitadinha ia acabar assim. Enquanto isso Dr. Castilho retornava a sua clínica onde na sua sala prestava o auxílio aos mortos na mesa girante quando queriam fala. Dessa vez, após as preces era o alvéolo sobrecarregado da madre que se fazia presente.
     E na carta psicografada contava que era jovem e muito bonita quando tudo aconteceu na sua vida. Conheceu um rapaz que lhe prometeu casamento e ele era rico. Muito ambiciosa aceitou dar o 
  que ele queria quando engravidou. Foi colocada de casa pra fora e acabou parando na casa da irmã que já era casada. Se sujeitou a ser empregada e trabalhava duro com medo do cunhado que vivia lhe tentando. Como a irmã não engravidava aceitou ser mãe do seu filho enquanto ela iria para um convento. E assim, a irmã prometeu nunca revelar para ninguém que o filho que criava como seu era dela. Agora via que a madre tinha sede de vingança em Luísa Carla mas foi Marcos Luís quem o escreveu contando que foi ele quem ouviu a conversa que desenrolava na secretaria e espalhou o caso para todo mundo.
      Luísa Carla foi tentar por o livro na última fileira da biblioteca quando tropeçou e ao cair foi amparada pela madre.
      " Há de me pagar pelo que me fez!
       _ Eu não tive culpa apenas quiz fazer um bem.
       "Você destruiu minha vida!"
       Luísa Carla conseguiu se desvencilhar e saiu correndo com ela indo atrás. No corredor muitas almas corriam também tentando agarrá-la quando chegou no local que se matou e se deparou com um pano já deteriorado preso no teto. Subiu na grade agarrada na pilastra para pegar o pano quando escorregou e caiu sendo agarrada por Dr. Castilho


     
Mazi
Enviado por Mazi em 21/04/2015
Código do texto: T5215325
Classificação de conteúdo: seguro