SEGREDOS

Nada nos deixa tão solitários quanto nossos segredos (1).
Nos consome pouco a pouco toda a leveza d' alma.
É uma vida que nos mantém num eterno degredo
De nós mesmos, a prisão que nos tira toda a calma.

As lembranças que o nosso coração não acalma,
As músicas que embalaram nossa vida em enredos.
Nada nos deixa tão solitários quanto nossos segredos.
Nos consome pouco a pouco toda a leveza d' alma.

Ao ficar, assim, tão sozinho com inúmeros medos,
As verdades todas desenhadas nas linhas da palma,
Das mãos se espalham a transpiração que vem cedo
De não suportar o infortúnio que atormenta a vivalma.
Nada nos deixa tão solitários quanto nossos segredos.



(1) Paul Tournier

Eritania Brunoro
Enviado por Eritania Brunoro em 21/01/2009
Reeditado em 18/04/2011
Código do texto: T1396045
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