OLHAR AQUARELADO

Vejo a vida com os olhos que sempre quis ter,
E nem se assemelham a eles olhos tão distantes.
Que de cada imagem refletida é como o renascer
De corações desnudos, em seus palpitares arfantes.

Distorcidas, as figuras pintadas nas telas gigantes,
Retratadas, tal qual, personagens num triste entardecer.
Vejo a vida com os olhos que sempre quis ter,
E nem se assemelham a eles olhos tão distantes.

Vagando pelas pinceladas em aquarelas, num crescer
Distraído das cenas inquietas, como em rompantes
De sonhos, que ressurgem absortos sem querer
Dizer ao vento todos os anseios implorados de antes.
(Então)Vejo a vida com os olhos que sempre quis ter.