Por que tenho medo?


Por que tenho medo se não vivo sem credo?
Por que não me concedo apenas o perdão?
Não me reconheço vivendo em degredo
E não intercedo pra afastar esse aluvião.


Essa apatia não mostra ao meu coração
Que não faz sentido esse engano ledo.
Porque tenho medo se não vivo sem credo?
Por que não me concedo apenas o perdão?

Escrevo rabiscos querendo toda atenção
Finjo que sou poeta, não falo; sou arremedo.
Não choro; não reclamo; sigo em confusão
Com o rosto nas mãos; a alma emparedo.
Por que tenho medo se não vivo sem credo?