Singelo Olhar
 
“Quando a noite qual lençol insano
Te cobrir, ó linda Terra, mãe gentil...”
No teu seio a brisa fresca qual abano
Revigora o solo ardente, tão febril
 
Sobre ti como dois olhos azul-anil
Te vigia o céu singelo qual arcano
Quando a noite qual lençol insano
Te cobrir, ó linda Terra, mãe gentil...
 
Vem a lua pratear-te qual um pano
Como um véu tão finíssimo e sutil
E nesta hora quem te ver, qual humano?
Que te olha com respeito varonil.
Quando a noite qual lençol insano.