Angústia

A essência imaterial se agita e se consome

Na ânsia maldita de um sortilégio infortuito

Buscou, cansou da estrada longa e insone

Com muito afã tentou alcançar o seu intuito.

Oh! Existência vil. Oh! Vida caprichosa

Brinca e se diverte com meu estado febril

Não há dignidade não há vida honrosa

Que lhe recompense um dia na idade senil.

O seu maior desengano é a alma compungida

que se derrete no dilema do EU em desespero

e rompe, e sente, e escangalha a antiga ferida.

No último movimento que encena frente ao erro

De acreditar que em sua existência maldita

Teria lugar para mais um no próprio desterro.

Nísia Maria de Souza
Enviado por Nísia Maria de Souza em 23/05/2008
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