A ILHA.
Na ilha dos sonhos o homem é feliz e seu corpo vibra
embalado pelo doce compasso de sua terna ilusão
orgulhoso, de si mesmo, segue em busca de emoção,
envergonhado de si mesmo, brinda ao sabor da sidra.
Qual homem se veste de sonho e em seu mar se delicia
que não fuja da realidade e não se perca na caminhada
e no limiar desse universo percebe sua existência vazia
pois apenas margeia os dois mundos na encruzilhada.
Mundos de abismos que se impõem sobre sobre os vales
na visão de eterno perigo pelas encostas escarpadas
deixando como marcas do caminho todos os seus males.
Não ousa caminhar pelas pradarias verdejantes e floridas
não suporta sob seus pés a carícia da grama aveludada
prefere as rochas frias que massageiam as solas feridas.