TRANSCENDÊNCIA POÉTICA!

Dizem que é metalinguagem quando a poesia fala

da própria poesia (na cadência de seus versos espúrios)

em seu mesmo silêncio que em sua voz se cala,

em seu mesmo pecado, em seus mafaldados perjúrios.

Jura-se que o poeta sente a palavra que lhe sai da alma

negando-se o turbilhão em polvorosa que lhe sai do cerne

em livre arbítrio, independentes, se imprimem na folha alva

com vida própria no afã de sedução intrínseca feito berne.

Na verdade o que o poeta fala em sua linguagem universal

é o néctar latente de sua insanidade humana que aflora

numa torrente de vocábulos a esmo na sua estultícia natural

de quem sabe que a essência é a fonte mágica que revigora

e faz de sonho, e cria, e tece de luz a própria energia vital

estando em transe poético, seu maior deleite que a alma implora.

Nísia Maria de Souza
Enviado por Nísia Maria de Souza em 26/05/2008
Reeditado em 26/05/2008
Código do texto: T1006566