TRANSCENDÊNCIA POÉTICA!
Dizem que é metalinguagem quando a poesia fala
da própria poesia (na cadência de seus versos espúrios)
em seu mesmo silêncio que em sua voz se cala,
em seu mesmo pecado, em seus mafaldados perjúrios.
Jura-se que o poeta sente a palavra que lhe sai da alma
negando-se o turbilhão em polvorosa que lhe sai do cerne
em livre arbítrio, independentes, se imprimem na folha alva
com vida própria no afã de sedução intrínseca feito berne.
Na verdade o que o poeta fala em sua linguagem universal
é o néctar latente de sua insanidade humana que aflora
numa torrente de vocábulos a esmo na sua estultícia natural
de quem sabe que a essência é a fonte mágica que revigora
e faz de sonho, e cria, e tece de luz a própria energia vital
estando em transe poético, seu maior deleite que a alma implora.