Imperfeição.
Pedras lapidadas por mãos exímias, obra de arte perfeita
no lampejo maior de uma expressiva construção do medo,
tão exata é sua verdade exterior e tão primitiva e leiga
é a sua essência, que fatalmente suplanta o engano ledo.
Não é possível conviver com sua ânsia narcisista da palavra
nem renascer das cinzas como a ave fênix da mitologia
é impecável em sua análise de si mesmo, de sua lavra
que chama, na força magnética da construção, de: sua fantasia.
Sonho de si mesmo, sonho que povoa a sua emoção vibrante
ao se esconder da realidade nua que lhe suga o sentir maior
e faz dos rios de suas mágoas uma história viva, pulsante.
Protagonista ou não de seus eventos e suas texturas criativas
imerge no submarino de suas entranhas e regurgita ao seu redor
pusilânimes gestos cansados que pintam as estrelas cativas.