Imperfeição.

Pedras lapidadas por mãos exímias, obra de arte perfeita

no lampejo maior de uma expressiva construção do medo,

tão exata é sua verdade exterior e tão primitiva e leiga

é a sua essência, que fatalmente suplanta o engano ledo.

Não é possível conviver com sua ânsia narcisista da palavra

nem renascer das cinzas como a ave fênix da mitologia

é impecável em sua análise de si mesmo, de sua lavra

que chama, na força magnética da construção, de: sua fantasia.

Sonho de si mesmo, sonho que povoa a sua emoção vibrante

ao se esconder da realidade nua que lhe suga o sentir maior

e faz dos rios de suas mágoas uma história viva, pulsante.

Protagonista ou não de seus eventos e suas texturas criativas

imerge no submarino de suas entranhas e regurgita ao seu redor

pusilânimes gestos cansados que pintam as estrelas cativas.

Nísia Maria de Souza
Enviado por Nísia Maria de Souza em 27/05/2008
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