Para deserdar

Aqueles que esperaram nossa crença,

O sangue que espargíssemos ao Rei

— Morreram todos. Já não saberei

Dizer se permanece a grã-sentença.

Esquece o mundo sem convalescença

Aqueles que, mofando agora em lei,

Ergueram os valores, como o frei

Que a todos incitou sua doença.

Sim, eu me sinto morto, se desejo

Que a vida não mais fosse depender

De um organismo morto, vivo ainda.

Ó crenças inexatas, cujo ensejo

Dá-se em não nos sabermos pertencer!

Um novo deus prepara a nossa Vinda.

wsdafae
Enviado por wsdafae em 28/05/2008
Reeditado em 29/11/2008
Código do texto: T1008497