Caminhada...
A estrada é longa... vou seguindo, já cansada,
pelos meandros da experiência que desvanesse
na angústia da dúvida pela fatal encruzilhada,
pelos recantos sinuosos de quem envelhece.
A estrada é íngreme... vou subindo, tenho sede,
pelas escarpas sombrias das noites de solidão
no esforço da lida os olhos anseiam pelo verde,
verde que exala o ativo perfume da renovação.
A estrada é traiçoeira... vou devagar, tenho medo
pelas sebes escuras da própria alma inquieta
inquieta pela angústia, pela derrota tão cedo.
A estrada é arco-íris... vou buscando, sozinha
pelas trilhas da existência, a porta aberta
que me leve finalmente à vázea que aninha.