Caminhada...

A estrada é longa... vou seguindo, já cansada,

pelos meandros da experiência que desvanesse

na angústia da dúvida pela fatal encruzilhada,

pelos recantos sinuosos de quem envelhece.

A estrada é íngreme... vou subindo, tenho sede,

pelas escarpas sombrias das noites de solidão

no esforço da lida os olhos anseiam pelo verde,

verde que exala o ativo perfume da renovação.

A estrada é traiçoeira... vou devagar, tenho medo

pelas sebes escuras da própria alma inquieta

inquieta pela angústia, pela derrota tão cedo.

A estrada é arco-íris... vou buscando, sozinha

pelas trilhas da existência, a porta aberta

que me leve finalmente à vázea que aninha.

Nísia Maria de Souza
Enviado por Nísia Maria de Souza em 28/05/2008
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