O verão das musas

Goza o verão das musas, ainda é dia

De juventude: exaure o horizonte possível!

A morte guarda seu labirinto terrível;

Esculpe um intermezzo em galas de folia.

Pobre poeta, é um tesouro a ardentia

Da adoração da beleza, que em meigo nível

Confraterniza os seres na veia sempre acessível

Da carne audaz... Foge à dor sombria

Do caos do instante, cinza sob a asa

Da rubra paixão que o sentimento abrasa

E ilumina o firmamento em flores

Nesta balbúrdia voluptuosa, busca, encontro

Eleva teu fino rumo ao lírico outro

Prepara o Gran Finale à luz desses amores.