O albergue do prazer
Lânguida volúpia, albergue do paraíso
É a carne que canta e ecoa sons de prazer
Afaga o mísero, cujo único poder
É a gala do afeto, a floração do riso.
Amar e ser amado é essencial, é preciso
Além do pão sagrar o vinho, e refazer
A cada momento o hino de lazer
Para coroar o destino do triste narciso.
Enquanto impérios goza o ente rico
Sobre o dorso agitado do agora aceso
Tece a beleza o manjar do namorico
Sobre as asas do desejo, bufão teso
E a farta oferta de esplendores em flor
Expande ao mundo o lírico licor.