As duras razões do não
Poupa a ti mesmo, as duras razões do não
O mundo lhe dirá, o mundo que propõe
Asas aceras ao desejo, às garras da paixão,
E um ritmo de águias e rapina a tudo impõe.
Altos medos de amar, histrionismo, religião
Todo salmo oco que adora a privação
O amor próprio mordido, o desespero, a fé
No mal, o psicólogo do absurdo, o caos até ;
Basta! Em tudo canta sonoramente o desejo
Há luxuosa volúpia, há amor, há paixão
Singram as gaivotas nas plagas da emoção...
Esculpe o verbo enchamescido em labirinto
Ecoa nos ouvidos a voz acesa do prazer
Nenhuma razão afaga o negro padecer.