Verdiana harmonia

Sem oferecer o alto amor, celeste entre asas,

Mas antes na lei prazer, feroz material,

Ela evoca o beijo e joga oca moral

Alheia à harmonia verdiana das esferas.

Será sempre convívio e floração de feras

Do desejo, banquete idílico e carnal

Que retrata o mundo debuchado ao natural

E aproximação de sonhos, hinos e panteras.

E não se exaure o movimento apetecido

Do momento a voar em asas de deleite

Sobre o caos do abismo, mar obscurecido

Até que a aurora lunar da paixão cante

Entre os escolhos da vida consolo enchamescido

E para sempre na carne gravado e tecido.