Teu canto

Suponho que o teu canto ‘inda ouviria,

Minha pena te compondo, ponta a ponta,

E o meu corpo aromado de poesia,

Co'essa ausência tua a pôr-me tonta.

Ao silvar lá fora a voz do vento,

Nessa noite o teu verso aqui estaria.

Tão suave o sibilar do seu intento,

Fruindo o meu desejo em fantasia.

Evocaria em ti branda lembrança,

Em sonhos e palavras que decerto,

De mim eflúvios, numa rara dança,

Chegariam então de ti bem perto.

O doce canto que no ar me lança

É justo o teu que é presunçoso e certo.

Magmah
Enviado por Magmah em 31/05/2008
Reeditado em 01/06/2008
Código do texto: T1013435
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