Tempo de colher

E virá o tempo de colher a ousadia

Tempo de amadurecer ante o oposto segredo

Ganhar em carícias o que reflete em medo

E renovar o voto de fé, o gosto da erradia

Aventura, a esperança mais além da ardentia

A voz da carne humilde e seu degredo

No vale material, no pranto e no folguedo;

Busca de felicidade egoísta, luz fria.

Na experiência dorme o clarão da pureza

E acorda o eco do mundo em nossa carne

Convulsivo canto, a exultar sua moleza

Rendem-se os anjos ao delito da beleza

Exaure-se a terra ao pugilato por bocados

E os sonhos inauditos constelados.