O albergue

Esse é o paraíso por muitos visitado

Matreiro e terrestre, albergue de face cara

Ao vivedor, que entre procelas e descasos

Deve continuar na trilha de existir.

Beleza suave, corpo de estátua ágil

Oferecida no verão ao gozo material

Musa do poeta, consolo gracioso, frágil

Não és, senão no volúvel voar de pluma.

O homem, ser luxurioso, despreza a dócil

Paixão do teu olhar, e o que mais procura

Em ti é a carne flébil, soluçante, adocicada.

Umas de volúpia, outras de amor, outras

De ternura, e outras mais amigas festivas

Caprichosas ao extremo, por vezes furtivas.