UM OLHAR PELA JANELA!
Estou seguindo melancólica o trem da vida em disparada,
em cada estação sinto que vou descer, mas esse arteiro
igual criança levada, parte antes, esse ingrato companheiro
não compreende a dor que nasce na solidão da caminhada!
Vejo faces nuas no colorido dos segundos que vêm e vão
em alguns as rugas dos sentimentos de quem viveu, seduz
a alma nessa angústia das faces de quem provou a emoção
como se zombassem da minha face sem brilho, sem luz!
O trem segue sua viagem... indiferente ao meu desatino...
corre em prados, montanhas, pontes, são vários caminhos
cortando o vento, segue enlouquecido por seu destino.
Não vejo nada mais, sinto o torpor da covarde entrega
quando em meio aos pensamentos turvos, em desalinho,
alguém toca o meu ombro e me faz olhar pela janela...