UM OLHAR PELA JANELA!

Estou seguindo melancólica o trem da vida em disparada,

em cada estação sinto que vou descer, mas esse arteiro

igual criança levada, parte antes, esse ingrato companheiro

não compreende a dor que nasce na solidão da caminhada!

Vejo faces nuas no colorido dos segundos que vêm e vão

em alguns as rugas dos sentimentos de quem viveu, seduz

a alma nessa angústia das faces de quem provou a emoção

como se zombassem da minha face sem brilho, sem luz!

O trem segue sua viagem... indiferente ao meu desatino...

corre em prados, montanhas, pontes, são vários caminhos

cortando o vento, segue enlouquecido por seu destino.

Não vejo nada mais, sinto o torpor da covarde entrega

quando em meio aos pensamentos turvos, em desalinho,

alguém toca o meu ombro e me faz olhar pela janela...

Nísia Maria de Souza
Enviado por Nísia Maria de Souza em 03/06/2008
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