FLAGRANTE DE SUBÚRBIO
De manhã, vem o trem superlotado,
range que range e para na estação;
mas o operário a tropeçar (coitado!)
não vê brecha onde possa pôr a mão.
Afinal, vence a custo a confusão
e agora já respira, acomodado
na porta do vagão, dependurado.
Logo mais, pontual, marca o cartão.
O trabalho é pesado e rude. O moço,
que ora dá pro relógio uma olhadela,
já pensa no intervalo para o almoço.
Meio dia... A sirene enfim apita...
E ele vai comer pão com mortadela,
porque a boia azedou lá na marmita!
* * *