FLAGRANTE DE SUBÚRBIO

De manhã, vem o trem superlotado,

range que range e para na estação;

mas o operário a tropeçar (coitado!)

não vê brecha onde possa pôr a mão.

Afinal, vence a custo a confusão

e agora já respira, acomodado

na porta do vagão, dependurado.

Logo mais, pontual, marca o cartão.

O trabalho é pesado e rude. O moço,

que ora dá pro relógio uma olhadela,

já pensa no intervalo para o almoço.

Meio dia... A sirene enfim apita...

E ele vai comer pão com mortadela,

porque a boia azedou lá na marmita!

* * *

Dorival Coutinho da Silva
Enviado por Dorival Coutinho da Silva em 04/06/2008
Reeditado em 14/08/2009
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