Medo!

A vida é palpável, é o cerne da razão maior do universo

em sua condição mínima de praticar a exatidão da alma

com suspiros de enfado, no cansaço constrói o reverso

porque o verso se veste de uma planura na estepe alva.

O ânimus se compraz na sua dita ou desdita, é a sua lei,

e, tudo, antes doce, já perdeu a substância, o néctar vivo

substrai a seiva do medo, busca forças vitais no astro-rei

vai sobrevivendo, sem um amplexo, é da solidão cativo .

E nesta noite fria insensível, lhe deixa passível ao medo,

um medo cruel, medo sugador de energia, sua fraqueza

sentindo explodir na alma a condenação, o seu degredo.

Ânsia maldita que vai no âmago de sua alma consumir

até a última gota do orvalho que se chama de fortaleza

para então um dia, fatalmente, no próprio medo sucumbir.

Nísia Maria de Souza
Enviado por Nísia Maria de Souza em 09/06/2008
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