Medo!
A vida é palpável, é o cerne da razão maior do universo
em sua condição mínima de praticar a exatidão da alma
com suspiros de enfado, no cansaço constrói o reverso
porque o verso se veste de uma planura na estepe alva.
O ânimus se compraz na sua dita ou desdita, é a sua lei,
e, tudo, antes doce, já perdeu a substância, o néctar vivo
substrai a seiva do medo, busca forças vitais no astro-rei
vai sobrevivendo, sem um amplexo, é da solidão cativo .
E nesta noite fria insensível, lhe deixa passível ao medo,
um medo cruel, medo sugador de energia, sua fraqueza
sentindo explodir na alma a condenação, o seu degredo.
Ânsia maldita que vai no âmago de sua alma consumir
até a última gota do orvalho que se chama de fortaleza
para então um dia, fatalmente, no próprio medo sucumbir.