Arte de Denise Moura
Resto...
Eliane Triska
Mais um dia... Outro mais, e resumido.
Alheia a uma qualquer analogia,
Pandorga, de papel enfraquecido,
Cai ao solo, abraçada à noite fria.
Carregando o mistério do que sou,
Desde a chuva a beijar minha vidraça
Ao meu pensar servido de carcaça,
Tão velho como o resto que sobrou...
Fantasmas de imagos vêm, distantes,
Aos vales assombrados de gigantes
Penarem na desilusão ingente...
Sou eu! Assim, em mim, é o desabrigo.
Aberto e interrogado por castigo,
Um vulto a fitar-me indiferente.
Canoas, 10 de junho de 2008/RS