Chuva leve (IV)

Cai a chuva levemente... uma indolência

A aquietar gorjeios, brisa e natureza...

Cai a chuva levemente... por sapiência!

E em mudez decanta a paz, a beleza.

E tudo em mim é simples conivência

Com o tempo estanque, ali e sem idade

As mágoas soltam-se por penitência.

Vão rio acima! Imploram liberdade!

Sobem aos montes, às catedrais

Que a natureza ergueu para acolher

As almas tristes, sem foz nem cais.

E lá chegadas sopram seus ais

No seio do vento a esmorecer

Em nuvens brancas, altas demais…