Hoje... somente hoje!

Hoje eu tentei escrever um poema que falasse de amor

e se vestisse com a saudade, que cheirasse a primavera,

com o toque do veludo e que tivesse do absinto o sabor...

Ah! Seria bom também que tivesse as cores da aquarela.

E hoje, somente hoje eu tentei usar a lágrima como tinta,

num papel rosa que tivesse como plano de fundo a solidão,

usando a pena do rouxinol que, com seu sangue, a flor pinta

cravando um espinho dessa flor em seu pequeno coração!

Hoje, somente hoje eu queria a inspiração mais perfeita

compondo o verso imortal de uma poesia sem dores,

a poesia secreta que no coração do poeta se deleita.

Ah! Hoje... somente hoje eu queria construir um castelo

feito do néctar das flores do campo em profusão de cores,

exaurindo a alma em uma simbiose do amor mais belo!

Nísia Maria de Souza
Enviado por Nísia Maria de Souza em 15/06/2008
Código do texto: T1034746