Ai, a chuva!
A chuva veio e se transformou em tempestade
no desabrigo que ela me proporciona me sinto
humilhada, ultrajada em minha ignóbil realidade
viver assim é bem melhor morrer, eu não minto.
Os raios de sol não ultrapassam a cortina fria
que a chuva inclemente coloca adiante de mim
nem o bem-te-vi com seu canto e sua alegria
consegue me trazer de volta ao meu jardim!
Penso errado eu sei, que a chuva é fertilidade
necessária a uma proposta de amor fecundo
mas, se a chuva traz também a infelicidade?!
Quero de volta os meus sonhos que a chuva
lavou, misturando-se ao meu pranto imundo
e na enxurrada o levou até a próxima curva!