Vapores
Com banho de óleos pra te endoidecer
Dissipo-te eflúvios de orquídeas dos seios.
Um leito de pétala enfeita os anseios
E adorna o desejo que vem num crescer.
Qual virgem, me estendo por sobre os lençóis,
E dôo-me inteira, num curto desmaio.
Clareiam o meu corpo assim de soslaio,
São brancos, são puros, os mais alvos sóis.
Tu sorves aos goles o sumo da taça
E reclina-te exausto e vazio de amor.
Arisca, sou mansa, me alterno em escalas,
Sou ninfa-amazona, tua presa e tua caça,
Já aquecida e perfumada com o olor
Dos haustos e vapores que tu exalas.