Espirais do Ar
Parte o sonho com o vento que passa,
Segue a par da mordaça da noite,
Sorve a taça a queimar a garganta,
Caça o dia espreitando o luar.
Tarde é o tempo e a chuva que faça,
Meu chorar que ameaça o destino,
Ser quem laça o vagar desatento,
Massa crua de um ser a moldar.
Arte avessa ao contexto da praça,
Feito o mar de fumaça tão bruta,
Esta graça de amar não faz rir,
Assa o corpo e o faz definhar.
Marte é o campo em que luto com raça,
Para honrar a couraça de Vênus.