Espirais do Ar

Parte o sonho com o vento que passa,

Segue a par da mordaça da noite,

Sorve a taça a queimar a garganta,

Caça o dia espreitando o luar.

Tarde é o tempo e a chuva que faça,

Meu chorar que ameaça o destino,

Ser quem laça o vagar desatento,

Massa crua de um ser a moldar.

Arte avessa ao contexto da praça,

Feito o mar de fumaça tão bruta,

Esta graça de amar não faz rir,

Assa o corpo e o faz definhar.

Marte é o campo em que luto com raça,

Para honrar a couraça de Vênus.

Amargo
Enviado por Amargo em 01/07/2008
Código do texto: T1059772
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