AMOR SEM ASAS
*Fanny*
Versos ao vento no abismo das quimeras,
lembranças vertidas num obscuro caminho...
Sementes de dor germinam na primavera,
brotam na aridez dos desertos sem carinho.
Brumas de solidão enchem-se de saudade...
obscuridade do pensamento sem sonhos...
Dança das sombras sem luares e afinidades
descompasso perene do Tempo medonho.
Amor sem asas... falenas sem voo flutuante...
Suspiros entorpecidos, numa contida emoção,
emudecem o poema das alvoradas sem canção.
Soçobram esperanças no céu tremelutante...
Alvoroço de brisa, num vento em alucinação,
desmorona as rimas desenhadas no coração.