Véus

Em teu deserto verde e tão florido,

A sede que é ancestral e me consome

Resseca em puros poros, é libido;

Só verte em gota, aumenta a minha fome.

Devassa e pura sou, eu não menti,

Arfei e suspirei no ventre teu.

Abri as minhas portas para ti

E a angústia minha assim se arrefeceu.

Desnudas-te pro meu deslumbramento...

São êxtases que nos proporcionamos,

Vazios num tempo incerto e consumado.

Tu, macho, nesse céu de encantamento,

Já teces, todo ardente, flor em ramos

Pra mim, tua fêmea em véus enluarados.

Magmah
Enviado por Magmah em 30/07/2008
Código do texto: T1104233
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