Soneto do Corsário II
Navego por mares da cobiça injusta
Uma rota de maldições púrpuras
Enraizadas nos conluios e nas juras
Encomenda da maldade que custa.
Velejo o oceano da solidão entregue
A uma ilha cheia de morte e criaturas
Funesta, lúgubre, infectas sepulturas
Sangüínea e bestial no mar consegue.
Uma peste incurável singra a vida
Numa noite escura na bruma urdida
Pelo senhor dos mares o feroz Netuno.
Fúria incontrolável no coração
No teu âmago a infeliz perdição
Sanguinária do delito soturno.