Percepção do mal

Demorei em perceber os anos de minha vida passar,

Encontrava-me ocupado demais com as coisas fúteis,

E foi somente com o pródromo senil a se apresentar,

Que vi o que tinha passado sem valorar tempos úteis.

Hoje, aquilato minhas ações como um bom julgador,

E compreendo nesta realidade os bons frutos da idade,

Que me levam a distinguir as mil faces da paz e da dor,

Nos momentos de dúvida quanto ao preço da vaidade.

Esta como déspota do amor provoca desespero, o mal,

Que se aflora e se alastra como endemia na humanidade,

Provocando inveja e morte, numa brigada de gládio fatal.

Vão-se, então, as potestades sombrias do interesse escuso,

Cessão-se os alardes das amizades hostis e demoníacas,

Que mais parecem urubus em banquete do castigo esfuzio.