Hausto Noturno

Veredas de paisgens urbanas tristes;

vejo o olhar perdido em várias estrelas.

E teus desejos: levantes de destrezas

em ilusões noturnas que só tu viste.

A voz bêbada saliente das meretrizes

e o zéfiro frio que sopra sibila em vielas;

úmidas veredas de vozes tão singelas

de insones e noturnos atores e atrizes.

A alvorada sutil vem anunciar o fim;

a noite se torna coisa passageira, afinal.

Mas não deixa de se encantar por si.

Quem a deseja, entranha-se na visceral

e calada ressaca de noites veladas assim:

por haustos que não cessam na hora matinal.

Valdemar Neto
Enviado por Valdemar Neto em 19/09/2008
Código do texto: T1186104
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