SONETO DA ESCURIDÃO

Farol da costeira que longe brilha

Plantado na pedra daquela ilha

Dos navegantes à noite é o seu guia,

É o anjo dos pélagos, seu vigia!

Daqui se vê a luz forte e tronante

Olho noturno de olhar palpitante,

Como flertando as estrelas assim,

Que rolam nas vagas, desde os confins.

Luz da costeira que rompe a neblina,

Cega os meus olhos , a minha retina,

Para que eu não veja a luz desse adeus.

Nos olhos tão claros dessa menina,

Que fere o meu peito feito rapina,

Dê-me o invisível brumoso dos breus!

SBC-SP.José Alberto Lopes®

03/01/2003 ****

José Alberto Lopes
Enviado por José Alberto Lopes em 16/03/2006
Reeditado em 31/07/2022
Código do texto: T124134
Classificação de conteúdo: seguro