SONETO DA ESCURIDÃO
Farol da costeira que longe brilha
Plantado na pedra daquela ilha
Dos navegantes à noite é o seu guia,
É o anjo dos pélagos, seu vigia!
Daqui se vê a luz forte e tronante
Olho noturno de olhar palpitante,
Como flertando as estrelas assim,
Que rolam nas vagas, desde os confins.
Luz da costeira que rompe a neblina,
Cega os meus olhos , a minha retina,
Para que eu não veja a luz desse adeus.
Nos olhos tão claros dessa menina,
Que fere o meu peito feito rapina,
Dê-me o invisível brumoso dos breus!
SBC-SP.José Alberto Lopes®
03/01/2003 ****