POR TRÁS DA VIDRAÇA EMBAÇADA!
Vejo por trás da vidraça embaçada da vida
a poeta engana-se (a si mesma) vã ilusão...
no seio da terra geme, cospe e se debate aflita
na periferia do seu eu se contorce sem compaixão.
Morre a poeta lentamente um pouco por dia
em sua incapacidade de ser feliz, na verdade
chora e seu choro não é lamento... é poesia
e a lâmina afiada do coração é a saudade...!
Morre poeta, morre em sua dor incompetente
tão frágil em sua vingança amarga se enlameia,
está coberta de lodo, lodo viscoso de sua torrente.
A água corre frouxa nos sulcos da face cansada
Não são lágrimas, são dores cristalizadas na areia
de sua praia inerme no sono profundo de sua enseada!