Mácula

Minh’alma cinza, de silêncio feita,

São folhas secas que caíram mortas.

Dum céu outrora azul de cor perfeita,

Agora só reflexo, sombras tortas.

Mortalha no meu peito fecha as portas

Pro mundo em vão deixando fresta estreita,

Na qual eu venho, espio, não me importa

Se brumas cobrem tudo, pois, refeita,

Eu teço sempre sonhos irreais.

Presságios de agonia eu dissimulo,

Envolta em mantos quentes d’ilusão.

Meu coração me diz que são fatais

Os frios que me velam, pois maculo

Com gelo a lava ardente da paixão.

Magmah
Enviado por Magmah em 25/10/2008
Reeditado em 28/10/2008
Código do texto: T1247765
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