Retalhos de ilusão!
Deixe que eu sinta a transcendência como minha verdade
e acreditar ainda que o seu amor é meu insano destino,
e me deixar embalar pelo sonho e desejo, meu desatino,
e nas asas do bem-te-vi voejar sobre a sua realidade.
Deixe que eu rompa a barreira do som com meu grito
que exalado da profundidade da alma seja meu pranto,
que enxágua copioso as suas vestes de amor e encanto,
que esconde o beijo nas nervuras do tempo corrido.
Deixe que eu pense que assim sou eu, somos nós, doce poesia
que esses dois corpos se aconchegam na prece do coração
na distância tão juntos e tão pertencentes na mesma emoção...
Deixe que eu pense, na infante ilusão que foi pra mim um dia
a serenata de versos que, dedicados à lua, não são meus...!
Deixe, deixe que eu pense que sou a sua companhia no adeus.