Soneto ao Poeta e à Poesia
Se tormenta lhe invade a alma ou parva quirera o assola
O poeta no protagonizar da arte, na holística das paixões,
Do sistêmico mundo é parte, sem barreiras ou padrões,
Forjada no fogo dos fortes, que do visco a têmpera isola.
Quanto átrio, quanta esquina, quanta ode, quanta rima,
Tufões cálidos em brisas mornas, na ária da Ventania,
Torna integro o estilhaço e ao descompasso dá harmonia,
Das trevas traz luz do dia, do clamor renasce a estima.
Em eclético e devassado canteiro, do coração feito de dores,
Calada no peito se enterra, sob vendas de paz e de horrores,
Raízes de paradoxos, a produzir em arranha-gatos as rosas!
No granjeio de singular Tostão surgem buquês de flores,
Nasce Tera de folhagens límpidas na floresta dos amores,
Ao toque lânguido de realejo em solfejo de versos e prosas!
Manito O Nato