Naufrágio

Quero um amor que a voz me amordace,

Um anseio que jogue abismos em meu peito.

A esfinge não esconde sua triste face

E no seu olhar de enigma fico febre e deito.

Viajo na ferrugem, sangro e me deleito.

Aguardo a vida, no inevitável desenlace.

Quero um segredo de vento que seja conceito

Que dos mares do sonho nítido renasce.

O amor é a emoção que mais desejo;

Quero sentir o fogo único de teu beijo

Quero me inebriar nas tuas lavas de granito...

Bebo o absinto verde dos campos sem voz,

A lebre da minha febre é sombra veloz

Naufragando nas escuras ondas do infinito!

Luis Felipe Saratt
Enviado por Luis Felipe Saratt em 01/11/2008
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