Paradoxo!

Não quero mais o beijo doce da felicidade

na maçã dos verdes anos que povoa o sonho

dourado, sonolento, grande sonho medonho

que me fez um dia acreditar em liberdade.

Que a alma sem grilhões voe sozinha, em paz

despida do signo do desejo natural e infante...

Ser feliz... Ser feliz? Oh! Mentecapto viajante,

em meio à desilusão funesta que o medo desfaz.

O desejo do ser que se esvai, extenuado, enfermo,

no desvão da realidade, surge incrédulo e amigo

na tempestade do contraste, aconchegante abrigo.

É a descoberta do nada que preenche o ermo

espaço paradoxal da existência que enlouquece,

mas nas lembranças se acarinha e adormece...!

Nísia Maria de Souza
Enviado por Nísia Maria de Souza em 07/11/2008
Código do texto: T1271764
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