Paradoxo!
Não quero mais o beijo doce da felicidade
na maçã dos verdes anos que povoa o sonho
dourado, sonolento, grande sonho medonho
que me fez um dia acreditar em liberdade.
Que a alma sem grilhões voe sozinha, em paz
despida do signo do desejo natural e infante...
Ser feliz... Ser feliz? Oh! Mentecapto viajante,
em meio à desilusão funesta que o medo desfaz.
O desejo do ser que se esvai, extenuado, enfermo,
no desvão da realidade, surge incrédulo e amigo
na tempestade do contraste, aconchegante abrigo.
É a descoberta do nada que preenche o ermo
espaço paradoxal da existência que enlouquece,
mas nas lembranças se acarinha e adormece...!