"Sei que não sofro e trago na lembrança"
Sei que não sofro e trago na lembrança
Aquela dor que me fazia bem...
Hoje as chamas do Inferno que me alcança,
Só as sinto como gelo em meu desdém.
Ternura da tristeza na Esperança,
Perdões que tinham cor e nome têm,
Já fui de sê-los quando foi criança
Aquele amor que Mágoa foi também.
E congelei-me tanto que nem sinto
O frio que pouco além já fosse morte.
Não sopra à vida nem a dor de um fim.
Somente ao longe nuvens, que consinto
Aureolar o que não vejo a Norte
– As sombras que ornamentem raiva em mim.