O poeta nun morre

O poeta nun morre

Quando a mente já não arcança

A inspiração que tá bem pertin dum lado

Quando o coração para uma dança

Deixano o sangue tudin cuagulado,

Quando a mão já não mais iscreve

No papé que tá in riba da mesa,

É pruque aquele poeta em tempo breve

Deu o seu adeus, sabeno da certeza.

O seu cantá ficô para sempre gravado

Nas roda de amigo, nos cordé, nas canturia,

Mas u’a outra vida para ele apariceu...

Temos a esperança de um dia ao seu lado

A genti juntos ensaiano u’a nova purfia

Pois o poeta tá vivo, só o seu corpo dizapariceu.

Airam Ribeiro
Enviado por Airam Ribeiro em 17/11/2008
Reeditado em 17/11/2008
Código do texto: T1288338