QUANDO NÃO HÁ LÁGRIMAS...

Chorar o pranto que na alma triste reside

É transformar em lágrimas a dor sentida

Que a solidão no peito consome e agride.

Mas, se não há lágrimas, não há, então, ferida.

Se a lágrima é uma súplice oração

Que do ventre da alma nasce copiosa

Como expressar a amargura do coração

Se não há mais a lágrima dengosa?!

Na aridez da terra ressequida e infértil,

No solo rachado, a sua dor é deserto

Igual a arma fria que lança o projétil

Que se aloja na seiva da vida, é fatal,

Espera o destino, desatino, caminho incerto

Sossega o sonho sob a redoma de cristal.

Nísia Maria de Souza
Enviado por Nísia Maria de Souza em 22/11/2008
Código do texto: T1296879
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