QUANDO NÃO HÁ LÁGRIMAS...
Chorar o pranto que na alma triste reside
É transformar em lágrimas a dor sentida
Que a solidão no peito consome e agride.
Mas, se não há lágrimas, não há, então, ferida.
Se a lágrima é uma súplice oração
Que do ventre da alma nasce copiosa
Como expressar a amargura do coração
Se não há mais a lágrima dengosa?!
Na aridez da terra ressequida e infértil,
No solo rachado, a sua dor é deserto
Igual a arma fria que lança o projétil
Que se aloja na seiva da vida, é fatal,
Espera o destino, desatino, caminho incerto
Sossega o sonho sob a redoma de cristal.